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21 de mai. de 2012

Uma tarde numa livraria

São comoventes, estas adolescentes cuja beleza se deve toda à juventude. Desarrumam-se aos 16 anos de propósito e continuam belas, de cabelos despenteados, agasalhos sujos, unhas mal-pintadas.

Demo-lhes mais dez anos e suas belezas ainda estarão intactas. O viço da pele, o brilho natural dos cabelos. Mas já não se estragam: se sabem. Compreenderam o valor de sua juventude bela e aproveitam, sem exagero, com cabelos bem penteados, blusas bem passadas, porém sem exagero de acessórios. Povoam o topo da pirâmide estética, essas moças de 26 anos, que não são garotas e que usam rímel e batom cor de boca.

A partir dos 30, sua beleza dependerá cada vez mais de seu autoconhecimento e bom senso. Todo excesso será castigado, mas também o será toda escassez. A beleza ainda está, mas já não salta aos olhos feito um unicórnio galopando a espalhar o glitter da mocidade nos olhos dos outros. Uma mulher que continua se estragando propositalmente aos 36, como se tivesse 16, consegue.

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